sábado, 28 de dezembro de 2013

Não te esqueço...

“E mais uma vez, eu abri a página da tua rede social e fiquei a olhar a tua foto. Como eu já sorri olhando para aquilo, não fazes ideia. Mas das ultimas vezes, infelizmente não era a sorrir que eu olhava, era com desanimo, com saudade e mágoa misturadas. Por que é que tinhas de morrer? Por que tinhas que matar tudo que eu sentia? Obrigar-me a morrer também. Obrigar-me a fingir estar viva para todo mundo. Obrigar-me a não chorar, quando tive vontade de chorar. Vontade de te esmurrar, te dizer que és um idiota, um parvo, um cretino, um fraco, que nunca passaste disso. Nunca uma piada tua foi engraçada, nunca me surpreendeste. Nunca. Mas eu não consigo deixar de pensar em ti, a cada dia, a cada ato meu. E quando eu procuro outras pessoas, eu procuro imaginar-te a ver-me. E tendo ódio de mim. Porque eu quero que sintas ódio. Porque ódio significa alguma coisa, e é melhor que indiferença. Tu que já foste tudo, já foste a minha esperança, foste o meu futuro imaginado, hoje não és nada. Não passas de uma foto numa rede social. Se eu vivo bem sem ti, por que é que eu continuo a olhar para ti? Por que é que eu ouço musicas que falam de tristeza? Porque? Tu não vales isso. Mas eu faço-o. Eu continuo a fazer. Como uma cerimônia de luto, eu sigo à risca. Mas acontece que tu não morreste de verdade. Tu estás aí vivo, vivendo a tua vida, fazendo as tuas coisas, feliz, tranqüilo, sem sentir a minha falta, sem olhar  para a minha foto na rede social. Por que é que eu não consigo? Por que é que tu não podias ser alguém? Eu esperei muito de ti? Não. Eu não esperei nada, eu entendi tudo, eu entendia o que ninguém entenderia. Eu respeitei. Eu fiz como tu quiseste. Tudo. Eu anulei-me. Eu deixei de me amar, para todo o meu amor ser só seu. Eu voltei atrás. Eu chorei, eu pedi desculpas, eu aguentei besteiras. Aguentei tudo. Juntando do chão, migalhas do seu carinho, migalhas do seu amor. Do teu jeito explosivo e calmo. Um dia amando-me como se a terra fosse acabar depois da meia noite. No outro dia um desconhecido pediu-me para te tratar como qualquer um, por favor. Tu és a minha personagem favorita. O dono de todos os meus textos, de todas as minhas histórias. O dono da curva o meu sorriso. E eu tenho de dizer isso agora, só para uma foto numa rede social. Porque tu morreste na minha vida. Tu pediste demissão, o teu cargo era o de presidente, era o de membro honorário do conselho, tinhas um tapete vermelho e eu vestia até de secretária se te agradasse. E tu pediste demissão, sem aviso prévio nem nada. Diz-me agora? Como viver bem? Como sobreviver, sem esta ponta de angustia? Eu sou feliz. Eu sou feliz demais. Mas eu sou infeliz demais, quando penso em ti. Quando penso no que puderia ser, no que puderia ter sido. Eu sei que não dá. Eu nem quero que dê. Não quero mais. Mas não sei o que fazer com este nó. Vai passar né? Eu sei. Com o tempo eu não vou olhar mais para a tua foto, nem sofrer, nem pensar o quanto é infeliz tudo o que aconteceu. Tomara que passe já. Porque a vontade de te ressuscitar as vezes, domina-me.”

1 comentário:

  1. Ao passar pela net encontrei seu blog, estive a ver e ler alguma postagens
    é um bom blog, daqueles que gostamos de visitar, e ficar mais um pouco.
    Eu também tenho um blog, Peregrino E servo, se desejar fazer uma visita
    Ficarei radiante se desejar fazer parte dos meus amigos virtuais, saiba que sempre retribuo seguido também o seu blog. Deixo os meus cumprimentos e saudações.
    Sou António Batalha.

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